As agências e a contemporaneidade!
No início, a terra era sem forma e vazia, e antes que nos déssemos
conta, estávamos difundindo ideias, formas e pensamentos, a fim de criar
vontade e necessidade de consumo.
Algum tempo depois de nossos antepassados descobrirem que a roda era um
bem de utilidade incomensurável e que o fogo tinha muitíssimo valor, surgiram
pessoas que, com estas descobertas e muitas outras, começaram a produzir,
devido à necessidade que tinham de se alimentar. Então foi dada a largada para
os produtores de arroz, feijão, alface, alimentos em geral. A ideia inicial era
alimentar a si mesmo e aos dependentes, usando aquilo que cada um produzia.
Porém, como a capacidade de produção do homem é limitada, acontecia que o
produtor de arroz não produzia feijão, e o de feijão não produzia sua alface, e
o de alface não tinha arroz. Para que todos pudessem comer arroz com feijão e
salada, os produtores decidiram trocar entre si seus produtos.
Linha de Produção em massa Ford. |
Como a necessidade do homem é infinita, com o passar do tempo foram
criadas cada vez mais produções e produtores, até que, devido à evolução, foram
normatizando seu local de troca (o mercado) e também sua forma de avaliação de
valores (até chegar ao dinheiro que temos hoje).
Passado um tempo, a humanidade evoluiu ainda mais, criando formas para a
produção em massa usando a tecnologia. Algumas mentes iluminadas foram capazes
entender este processo e criaram as indústrias. Então começaram a criar,
fabricar e vender tudo o que se pode imaginar. A brincadeira de ganhar dinheiro
foi ficando tão divertida que cada vez mais pessoas se juntavam para ter acesso
à riqueza que ela trazia.
O resultado era previsível: Quanto mais produtores, mais produção, logo,
maior é a oferta. Se a quantidade de compradores não crescer juntamente, a
demanda continua a mesma. Então, se temos um crescimento na oferta e uma
estagnação na demanda, temos uma superprodução. Ou, trocando em miúdos, uma
acumulação de produtos nas fábricas. O estoque.
Assim fomos concebidos, alguém tinha que fazer esses produtos serem
consumidos. A publicidade então nasceu.
No começo, vendedores comercializavam apenas anúncios em jornais, e
quando contratados pelas indústrias, redigiam textos de rápida leitura e os
uniam a layouts dinâmicos, para que os anúncios fossem
facilmente assimilados pelos leitores. O negócio prosperou, e então foram
criadas as agências de publicidade.
Conforme as agências foram se autoafirmando como profissionais da
divulgação, as mesmas foram criando este espaço (agência) fixo, onde se reuniam
para “bater cartão” o diretor de arte, o de criação, o redator,
os atendentes, o mídia, o rtv, enfim, os funcionários
do estabelecimento.
A Agencia de Publicidade como a conhecemos! |
Porém, com o advento dos novos meios, a comunicação se tornou um mundo
onde tais profissionais não são capazes (sozinhos) de fornecer todo o amparo ao
seu cliente. E hoje, o que vemos é, justamente, a desconstrução deste local de
encontro dos “trabalhadores de comunicação”.
Hoje a comunicação se abriu como um leque, e como Celso Japiassu relata
em seu texto “Esplendor, glória, decadência e o renascer das agências
de publicidade”, a vantagem de se ter um lugar para reunir constantemente
os publicitários deu lugar à multidisciplinaridade, a desconstrução deste
ambiente, para a “união” de pessoas em lugares distintos, em prol de um
resultado comum.
O mercado que integrou profissionais de comunicação, hoje os separa
buscando a comunicação integrada.